tomanotas

mi buenos aires querido

buenos aires é dona de parte do meu coração. adoro o charme meio decadente da cidade e o jeitão visceral dos portenhos. como bons apreciadores de varandas, cafés e livrarias, eles são, na minha singela opinião, experts no que realmente importa: qualidade de vida.

minha primeira vez na capital portenha foi a trabalho, e a impressão que tive não foi das melhores: achei-a caótica, suja e barulhenta. a má impressão, contudo, se foi com o tempo. ter me permitido conhecer a reina del plata com mais cuidado fez de mim um de seus maiores defensores.

motivado por essa paixão, resolvi listar meus queridinhos na cidade.

vida literária

as livrarias independentes de buenos aires são muitas, quase todas apaixonantes. renderiam fácil, fácil um roteiro só delas. gosto muito da eterna cadencia e da libros del pasaje. em dois artigos sobre a resistência da cena literária argentina em meio à crise – um do new york times, outro do la nación –, descobri casas que não estavam no meu roteiro inicial, como a suerte maldita (onde encontrei títulos que não achava em nenhuma outra), a mandolina e a mandrágora. e se um dia puder voltar à cidade, quero aproveitar pra conhecer outras mais como falena, malatesta, ocio, punc e gould. o que não falta por lá é livraria.

pra receber ótimas dicas e ficar por dentro do que os argentinos andam lendo, sugiro a mil lianas, da jornalista agustina larrea.

onde comer

outro roteiro imperdível é o de restaurantes e cafés. meu favorito é o malcriada, com uma medialuna jamón y queso divina, além de uma seleção de confeitaria pra comer rezando. são imperdíveis, também: as pizzas do picsa e o brunch para dois do dulce charlotte; a medialuna chuchada no café com leite do london city, que foi frequentado por ninguém mais, ninguém menos que júlio cortázar; o alfajor de amêndoas do surry hills; o ice ice baby, do lab; a torta vegana de chocolate e beterraba do salvaje bakery e o alfajor de trigo sarraceno, amêndoas e mousse de chocolate do bio. os churros do tortoni, pros quais já torci o nariz, me reconquistaram. além disso, foram boas surpresas também as comidinhas e os cafés do piccolina, em palermo.

onde ir

ao malba, indispensável. à biblioteca nacional mariano moreno, onde visitei uma exposição dedicada à poeta alejandra pizarnik. ao centro cultural kirchner, que tem um terraço com uma vista linda e foi uma pausa muito bem-vinda nas nossas andanças rumo a puerto madero. à fundación proa, centro cultural perto do caminito. ao rosedal de palermo e ao jardim japonês, lindos. e se gostar de fotografia, não deixe de visitar o turista film club, misto imperdível de lojinha e café.

lendo o nervo óptico, de maría gainza, identifiquei duas falhas graves: não ter ido ao museo nacional de bellas artes e ao museo nacional de arte decorativo. numa próxima, prometo, eles não me escapam.

#buenosaires #lista #viagem