pinus pinaster
A memória mais antiga que tenho envolve um tombo e dois joelhos ralados. Foi quando eu tinha dois anos de idade, numa temporada que passei com os meus avós maternos no país deles. Quase quarenta anos depois, cá estou, no mesmo lugar.
Tenho achado curioso que, apesar de geralmente as recordações visuais exercerem mais apelo sobre as nossas emoções, aqui, as memórias olfativas são as que mais têm me surpreendido. É através delas que tenho voltado aos afetos do passado.
A colônia que usei na infância ainda é vendida nos mercados.
Os bosques costeiros seguem cheios de Pinus pinaster, e o seu frescor e perfume terroso e cítrico continuam vindo com o vento.
O cheiro da lenha queimada nos assadores de beira de praia e nas fogueiras de São João também me são familiares e me levam de volta ao fim dos anos 80.
Às vezes é bom viajar no tempo sem sair do lugar.