por que ler?
han kang para o nobel
“reading books, and especially reading literature, enables you to enter the depths of another human. it’s a very direct way to enter the other’s heart or soul. so it means a lot. and with this entering and getting out of it, and coming back to your self over and over again, (...) the boundary of your self becomes, can i say, flexible. you can be more open and mature.”
matilde campilho para o público
“a poesia, a música, uma pintura não salvam o mundo. mas salvam o minuto. isso é suficiente. a gente está aqui para dançar um pouquinho sobre os escombros.”
a viagem inútil: trans/escrita, camila sosa villada
“aprendo algo sagrado: a leitura é uma das coisas mais complexas que existem. não é uma recreação, não é um passatempo, não é um vício lúdico, não é agradável, não facilita o mundo para nós. ler (e ler duras, sobretudo) é uma atividade exaustiva e prejudicial. como o amor, não há nada que possa nos causar mais dano e mais felicidade.
ioga, emmanuel carrère
“como é estar na pele do sr. ribotton? isso talvez seja o que de mais interessante existe na vida, tentar saber isto: o que é ser outra pessoa que não você. esse é um dos motivos pelos quais se escrevem livros; o outro é descobrir o que é ser você mesmo.”
claudia mota em depoimento para o livro elena ferrante: uma longa experiência de ausência, de fabiane secches
“(...) ferrante (...) diz, em frantumaglia, que gosta dos livros ‘por aquilo que ressoa em nós’. (...) em minha visão de leitora desprovida de qualquer formação acadêmica em literatura, e de posse somente dos sentimentos que a leitura me desperta, não consigo imaginar a utilidade, se podemos chamar assim, de um texto de ficção que não seja esse ‘ressoar em nós’. e é pensando nisso que vejo minha infância pobre como a de lenu e lila, confinada num bairro distante de tudo que é belo, e me pergunto o que teria sido de mim sem a escola que, ainda que com poucos recursos, mostrou a mim e a elas a importância (...) da leitura e de, a partir dela, enxergar a vida para além dos limites do bairro, conquistando espaços físicos e intelectuais como lenu – e (...) como lila, que, mesmo sem se deslocar, tinha um mundo dentro dela.”
javier santiso para o el país
“los libros son (...) eso, pólvora, dinamita, los enciendes en la primera página y la mecha arde, te hace volar, te descuelga un instante del mundo, para luego, al recaer, habitarlo de nuevo, siendo algo mejor que cuando lo empezaste. inventan mundos, hacen que el realismo se vuelva mágico y que la magia se haga, a veces, más que real. (...) la cultura no debería ser una nota al pie de página en nuestras vidas, algo que sobra cuando nada falta. deberíamos (...) apagar más a menudo las pantallas y leer, ver y escuchar para volver a la vida.”
irene vallejo em manifesto publicado na quatro cinco um
“às vezes encontramos nas páginas, prodigiosamente transparentes, ideias e sentimentos que estavam confusos (...) e, com isso, o ofício de viver nos parece menos caótico. (...) [ler é] recriação e efervescência mental. (...) nesta época veloz, os livros surgem como aliados para recuperar o prazer da concentração, da intimidade e da calma. por isso a leitura pode ser um ato de resistência em um tempo tomado pela informação (...) desenfreada.”
com borges, alberto manguel
“corneille ou shakespeare, homero ou os soldados de hastings – ler é, para borges, uma maneira de ser todos esses homens que ele sabe que nunca será: homens de ação, grandes amantes, guerreiros.”
james baldwin em entrevista à revista life (1963)
“you think your pain and your heartbreak are unprecedented in the history of the world, but then you read. it was books that taught me that the things that tormented me most were the very things that connected me with all the people who were alive.”
aline aimée em vídeo para o seu canal no youtube
“[em seus livros, martha nussbaum] defende o estudo das humanidades [como mecanismo de] valorização dos sistemas democráticos. (...). [para ela, a literatura] permite esse ‘se colocar no lugar do outro’, ‘viver vidas outras’, ter essa janela para um mundo que a gente não teria, porque (...) [não podemos] viver todas as experiências. e ela diz que isso é muito importante para se pensar no respeito à alteridade, à vida do outro, se colocar numa postura de respeito e defesa pela dignidade do outro.”
clases de literatura: berkeley, 1980, julio cortázar
“(...) cada día que pasa me parece más lógico y más necesario que vayamos a la literatura — seamos autores o lectores — como se va a los encuentros más esenciales de la existencia, como se va al amor y a veces a la muerte, sabiendo que forman parte indisoluble de un todo, y que un libro empieza y termina mucho antes y mucho después de su primera y de su última página.”
margaret renkl para o new york times
“what a book offers that i most need myself is a way to slow down. a book doesn’t drag me along at the speed of life – or the speed of breaking news – the way television shows and movies do. a book lets me linger, slowing down or speeding up as i wish, backtracking with the turn of a page. when i pause to ponder the words i’ve just read, my hands and eyes fall still, and the story stops, too.”
jeanette winterson para o new york times
“do books serve a moral function? absolutely. and it isn’t a question of subject matter, because fiction isn’t obliged to tackle the world head-on. if we are only interested in the now, then the past is obsolete. reading is such an odd act – solitary, introspective, outside of time (not controlled by time) and not subject to surveillance. reading isn’t data. books more than ever are agents of freedom from a snoopy controlling data-driven nightmare that pretends we are free when we have never been more scrutinized. so reading certainly has moral value – and is increasingly subversive. literature is a compass – useful to get your bearings even if you want to go in a different direction. (...) books are the most practical of endeavors. they teach us about life, about motive, about our own darkness, about why we act as we do, and they give us back real live language. anything that frees your brain from the karate-chop syntax of newsfeed and social media is in part a meditative act.”